Helicobacter pylori

Helicobacter pylori é uma bactéria Gram negativa, microaerófila e espiralada que sobrevive abaixo da camada mucosa do estômago onde fica protegida da ação do suco gástrico. Embora metade da população mundial esteja infectada com este microrganismo, 80% permanecem assintomáticos.

A descoberta da bactéria Helicobacter pylori em 1983 por Marshall e Warren, revolucionou as hipóteses para a patogenia da maioria das afecções gástricas e desencadeou uma série de pesquisas, especialmente no campo da  oncologia. A Organização Mundial de Saúde (OMS), baseada em estudos epidemiológicos, classificou esta bactéria como "carcinógeno grau I" em 1994. Estima-se que o H. pylori esteja presente no estômago de pelo menos metade da população do mundo. A infecção freqüentemente permanece ao longo da vida e pode evoluir com manifestações clínicas e histológicas diversas, variando de indivíduos assintomáticos a indivíduos sintomáticos, com manifestações  que vão de gastrites, uúlceras duodenais, úlceras gástricas, aos adenocarcinomas e linfomas gástricas tipo MALT.
A importância clínica da infecção por H.pylori é inegável, pois está associado ao desencadeamento da maioria das úlceras duodenais e gástricas. Existem fortes evidências de que este micoorganismo aumenta drasticamente o risco de câncer de estômago, o que determina uma alta mortalidade.
A prevalência da infecção e o modo de transmissão varia entre grupos populacionais.  Em países desenvolvidos a transmissão direta pessoa-pessoa parece predominar, enquanto em países em desenvolvimento a rota fecal-oral e a água contaminada têm maior impacto. Muitos estudos destacam a importância da transmissão intrafamiliar e da má condição socioeconômica na aquisição dessa bactéria. Entre adultos de meia idade nos países em desenvolvimento a prevalência é em média de 80 a 90% e em países desenvolvidos é menor que 40%. A prevalência em indivíduos sadios no Estado de São Paulo é de 65,5%; apresentando correlação com a raça, idade, exame endoscópio prévio, áreas populosas, tipo de água, falta de saneamento durante a infância, baixa renda e educação. Um estudo avaliou a prevalência  da infecção por H. pylori (Hp) na população infantil no Brasil comparou crianças  de famílias de alta renda e de baixa renda de Belo Horizonte e constatou que , enquanto 18 de 30 crianças de família de baixa renda (menos de 2 salários mínimos/mês) estavam infectadas (cerca de 60%), somente 3 de 48 de alta renda eram Hp positivas (6,2%).
Os indivíduos acometidos pelo Hp podem não apresentar qualquer sintoma ou apresentar sintomas chamados dispépticos como náuseas, inapetência, estufamento, digestão difícil dos alimentos, gases, etc. Outros sintomas incluem dor intensa tipo queimação ou vazio no estômago geralmente secundário a uma gastrite ou úlcera que pode ser gástrica ou duodenal.
Entre os principais métodos de diagnóstico do H. pylori podemos citar aqueles testes que exigem endoscopia com o teste rápido da urease (CLOtest e outros), observação ao microscópio de lâminas histológicas coradas pelo método de Giemsa e exame cultural. Dentre os testes que não exigem endocospia, destacam-se o teste respiratório e a pesquisa de anticorpos no sangue ( embora de pouco valor clínico e sem  valor para verificar o êxito do tratamento é, no entanto, útil em estudos epidemiológicos). Quanto ao tratamento, o mesmo é feito com uso de antibióticos prescritos pelo médico especialista.

Fonte: profjabiorritmo.blogspot.com

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