Diverticulose - Sintomas, Diagnóstico, Tratamento e Prevenção



DiverticuloseA diverticulose está presente em aproximadamente 50% dos indivíduos com mais de 50 anos. O divertículo se forma por adelgaçamento da parede intestinal, pela ausência da camada muscular (figura). A diverticulite é resultante da inflamação da parede intestinal desse divertículo.
A clínica
Os pacientes com diverticulite (inflamação do divertículo), normalmente, queixam-se de sofrer alterações do hábito intestinal e cólicas intermitentes na parte inferior do abdome.
O início do quadro de diverticulite é com sintomas geral como: mal-estar, febre ou calafrio, associados aos sintomas progressivos de irritação abdominal (peritoneal) localizada, mais comum na fossa ilíaca esquerda (região junto da virilha esquerda), devido ao comprometimento do cólon sigmóide. O segmento intestinal inflamado e edemaciado leva à obstrução subaguda com tumefação abdominal e fezes amolecidas. Os sintomas associados de anorexia e náusea são comuns. No exame físico encontramos taquicardia, febre (pirexia) e sinal de defesa localizada com rebote.
A diverticulite pode levar a complicações sérias como abscesso (coleção de pus), perfuração, obstrução intestinal por aderências, ou fístula que é uma comunicação anormal entre dois órgãos (como um túnel). Uma complicação rara, mas ameaçadora à vida, chamada peritonite pode acontecer quando o divertículo se rompe, espalhando a infecção na cavidade abdominal. A peritonite requer tratamento cirúrgico e também antibióticos intravenosos. Até 35 por cento dos pacientes com peritonite não resistem.
Se o segmento intestinal com diverticulite for complicado com abcesso, o exame do abdome revela uma massa palpável, inchaço e pele da parede abdominal avermelhada sobre o local do abcesso ou flutuação dolorosa de abcesso pélvico ao exame retal.
O Diagnóstico
O diagnóstico de diverticulite pode ser confirmado pelo aumento dos leucócitos no exame do hemograma, pelo exame radiológico abdominal, que demonstra escassez de gases no cólon sigmóide, sendo esses abundantes no cólon proximal. A tomografia computadorizada com contraste é o exame de importância crescente na avaliação da diverticulite.
O Tratamento clínico

Os pacientes com diverticulite necessitam de receber o tratamento internados em hospital, receber hidratação com líquidos intravenosos, meticulosa monitoração dos sinais vitais e abdominais, e uso de antibióticos intravenosos. A grande parte dos pacientes é capaz de tolerar líquidos por via oral durante um período inicial do tratamento conservador. No primeiro episódio de diverticulite, a maioria dos pacientes apresenta remissão da doença e a cirurgia é evitada.
Nos pacientes que são hospitalizadas por diverticulite, a melhora acontece dentro de dois a quatro dias depois que o tratamento começa. Até 85 por cento dos pacientes se recuperam com repouso na cama, dieta líquida e antibióticos, e às vezes não chegam a ter um segundo episódio de diverticulite.
Quando a tomografia computadorizada demonstra abcesso, recomenda-se a drenagem percutânea para que a sepse aguda se resolva e seja possível realizar a ressecção eletiva com anastomose primária (sutura ligando as duas partes do intestino) poupando o paciente da colostomia. A laparotomia precoce é indicada quando o abcesso não drena ou a sepse não responde ao tratamento.
O Tratamento cirúrgico
Os pacientes que tiveram complicação significativa de diverticulose devem ser considerados para ressecção cirúrgica eletiva, em especial quando a avaliação por colonoscopia ou enema de bário demonstra um segmento relativamente limitado de diverticulos. O procedimento mais comum, conhecido como ressecção do cólon (colectomia), envolve a remoção da parte do cólon que contém os divertículos e a reconexão das extremidades.
Quando executada em situação de emergência, a ressecção do cólon é feita num processo em dois tempos (duas fases) por causa da presença das fezes e o risco potencial de infecção. Na primeira fase, a secção do cólon é retirada, mas por causa de infecção, não é seguro unir as extremidades. Ao invés disso, o cirurgião cria um buraco temporário, ou estoma, na parede do abdome e conecta o cólon a ela, um procedimento chamado colostomia. Uma bolsa é presa à parede do abdome para servir de depósito das fezes. Mais tarde, num segundo tempo (em geral de 2 a 3 meses após a operação) é realizada a reconexão das extremidades do cólon e assim a colostomia é fechada. Às vezes, se a situação não for de emergência, a cirurgia pode ser feita de uma só vez (sendo precedida da limpeza do intestino).
Prevenção
A maioria das pessoas com diverticulose nunca têm sintomas. Os exames diagnóstico dos divertículos (colonoscopia, enema opaco) são desconfortáveis e não indicados com preventivos. Pessoas que ingerem grandes quantidades de fibra na dieta são menos propensos à desenvolver a doença diverticular. Recomenda-se 20 a 35 gramas de fibra ao dia, preferivelmente através de frutas, legumes e cereais. Também pode usar o farelo de trigo não processado ou um produto à base de fibra. É importante aumentar o consumo de fibras gradualmente e beber mais água para aumentar o “bolo fecal” e com isso reduzir a pressão dentro do intestino. A fibra não irá curar a diverticulose existente, mas pode impedir que outros divertículos venham a se formar.

Referências:
Brengman ML, Otchy DP – Timing of computed tomography in acute diverticulitis. Dis Colon Rectum 1998,41:1023-1028.
Harris A – Manual de emergências gastrointestinais. Ed. Science Press Ltd 2002-2003 São Paulo.

Gases Intestinais - Flatos

Dicas de bem-estar para quem já está cheio desse assunto!
Gases intestinais: um problema que vem do berço!
" Meu bebê chora demais, será cólica?"
  •  O choro é o comportamento pré- verbalização que mais chama a atenção dos pais.
  • As mães têm, geralmente, uma acurada capacidade de percepção do choro, permitindo reconhecer seu padrão em diferentes circunstâncias como: fome,dor, frio,calor e principalemente cólicas.
  • As cólicas do lactente são frequentes nos três primeiros meses de vida, caracterizadas por ataques de irritabilidade, agitação e/ou choro, geralmente aparecem ao anoitecer e sem causa identificável.
  • A cólica é uma condição transitória, entretanto, além de estresse pode alterar de modo significativo a dinâmica familiar, como horários  para dormir e acordar e também filhos que separam os pais da cama de casal.
  •  Com o passar do tempo, observou-se que o leite da vaca fermenta mais que o leite materno. O ideal é prolongar ao máximo o aleitamento materno.
  • A imaturidade imunológica do sistema digestivo aos agentes alergênicos. O principal é leite de vaca, seguido por alimentos e medicamentos com corantes e outras substâncias químicas.
Por Dr. Tadeu Fernando Fernandes- Mestre em Pediatria membro titular da Sociedade Brasileira de Pediatria- Presidente Fundador da Sociedade de Pediatria de São Paulo- Regional Campinas- Diretor Médico da Multiclínicas Campos Elíseos. " Internacional Member of the American Academy of Pediatrics".

Não existe mágica para acabar com as cólicas e gases do bebê. Vamos dar algumas dicas e truques para você.
  • Calma, muita calma. A ansiedade materna é apontada como um dos principais fatores de perpetuação das cólicas.
  • Um ambiente tranquilo e uma música suave irão tranquilizar mãe e filho.
  • Um banho morno descontrai.
  • Compressas mornas na barriga com toalha felpude passada a ferro, na posição deitada de bruços, têm efeito analgésico (teste antes o calor em sua face).
  • Massagens na barriguinha do bebê sempre no sentido horário, mobilizam os gases. Use um creme ou óleo hidratante infantil para deslizar melhor a mão.
  • Ginastica, como "pedalar no ar", ou "imitar um sapinho pulando" ajudam a eliminar os gases.
  • Cuidados com a Alimentação! Quando amamentados ao seio materno, a "pega" da areola mamária deve ser completa. Aqueles que fazem uso de mamadeira devem utilizar um bico adequado ao seu tipo de sucção e a posição horizontal é proibida, porque a deglutição de ar junto com o leite irá agravar a flatulência.
  • Após as mamadas os bebês devem ser colocados na posição vertical junto ao ombro materno, dando-se leves palmadas nas costas para promover a eliminação dos gases do estômago, ato conhecido como arroto.
  • Evite a automedicação, conte sempre com seu pediatra, somente ele poderá recomendar um medicamento antigases com baixo risco de efeitos adversos e isento de corantes alergênicos.
 Os adultos também não estão livre dos gases, mas bem que gostariam.
Gases intestinais distendem o abdômen e provocam dor. Também causam flatulência, o que pode ser muito constrangedor no convívio social. E, ainda por cima, interferem na sulhuetam porque o seu acúmulo faz o abdômen parecer bem maior do que realmente é.
Mas ninguém vive livre de gases. O que você precisa fazer é entender melhor o problema, e procurar diminuí-lo o quanto for possível.
O que provoca os gases? De onde vêm? Para onde vão?
Os gases intestinais vêm basicamente de duas formas. Uma parte é "engolida" do ambiente pela boca, principalmente ao mascar chicletes, tomar bebidas com gás ou muito quentes, ou no caso de pessoas que falam muito. A outra parte é produzida pelo próprio organismo, como parte natural do processo de digestão. Esses gases aparecem na fermentação de carboidratos que não foram digeridos no estômago e chegam ao intestino, pela ação das bactérias que residem alí. Diariamente uma pessoa normal produz em torno de 3 litros de gases, que são expelidos ao longo do dia mais ou menos 20 vezes.
É comum ter gases na gestação? E após partos e cirurgias?
Durante a gravidez, devido a um hormônio chamado progesterona, o intestino diminui a sua motilidade e isso pode fazer com que os gases se acumulem, causando desconforto. O manual de orientação de Drogas na Gravidez da FEBRASGO*, afirma que o mais popular dos antigases, a dimeticona, é compatível coma  gravidez e amamentação. Após o parto e outras cirurgias, pode ocorrer também um acúmulo de gases muito indesejável, pois geralmente vem acompanhado da dor própria do pós-operatório.
Para os gases não virarem rotina você precisa mudar de hábitos. Veja quais.
  • Controle as leguminosas. Feijão, soja, ervilha e lentilha costumam fermentar no intestino. Mas nãs as elimine totalmente, porque são alimentos muito nutritivos.
  • Faça as refeições com tranquilidade. Não fale muito para não engolir ar.
  • Preste atenção no que causa gases em você. Alguns alimentos, se consumidos em excesso, podem causar gases, tais como: batata doce, aipo, rabanete, cebola, beringela, germe de trigo, repolho, brócolis, couve-flor, leite, pães e massas.
  • Conte sempre com seu médico.
Por Dr. Fernando A. Togni- Ginecologista, obstetra e ultra-sonografista.
Universidade Federal de São Paulo-Escola Paulista de Medicina (UNIFESP- EPM)
Referências:
* Drogas na gravidez, manual de orientação/ editores Luiz Kulay Júnior, Antônio José Lapa- São Paulo: Ponto, 2003.p.65-66.

Como Funciona Nossa Digestão

Nem é preciso muito tempo. Basta olhar para um belo filé com fritas ou para aquela suculenta fatia de bolo de chocolate que todos os nossos sentidos se aguçam, fazendo com que a tentação tome conta do nosso raciocínio...
Comer é um dos melhores prazeres da vida, e os prazeres precisam ser preservados. Mas você sabe o que acontece com a comida desde que colocamos a primeira garfada na boca? Bem, é exatamente aí que se inicia o processo digestivo, com as enzimas contidas na saliva. Na boca, a comida é triturada através da mastigação e misturada à saliva e ao suco gástrico, o qual, devido às substâncias ácidas, contribui para o sucesso da digestão.
E esse é apenas o começo do longo caminho que o alimento percorre em nosso organismo.
Após a mastigação, a comida passa da boca para o esôfago, um tubo responsável pela condução dos alimentos ao estômago graças aos movimentos pela condução dos alimentos ao estômago graças aos movimentos peristálticos. Pode parecer engraçado, mas o estômago - assim como todo o restante do tubo digestivo - realiza uma verdadeira ginástica, com contrações ritmadas e coordenadas, impulsionando o bolo alimentar adiante.
Na Boca do Estômago

Quando chega ao estômago, o bolo alimentar passa por uma nova transformação. Lá a "ginástica" continua, pois as fortes contrações vão trabalhando como um verdadeiro moedor, diminuindo o tamanho das partículas e misturando o bolo alimentar com os sucos digestivos. O estômago - esse grande triturador - ainda produz ácido clorídrico, que contribui para a digestão e protege o tubo digestivo das possíveis infecções e infestações de vermes. E as enzimas digestivas que o estômago produz vêm de diferentes partes do corpo, já que se trata de um órgão composto por vários tipos de células com várias funções em nosso corpo. Saindo do estômago, o bolo alimentar passa então por um pequeno orifício chamado de piloro e chega ao duodeno, a primeira parte do intestino delgado. Nessa fase, outros órgãos também têm a sua participação no processo digestivo. O pâncreas, por exemplo, localizado posteriormente ao estômago e ao duodeno, produz o suco pancreático, que é de suma importância na digestão. O fígado também contribui: produz a bile, que é uma secreção, inicialmente armazenada na vesícula biliar e liberada principalmente quando ingerimos alimentos de composição mais gordurosa. Além de facilitar a absorção dessas gorduras, a bile faz uma faxina, trabalhando como um verdadeiro detergente orgânico.
Depois dessa caminhada, após percorrer o duodeno o bolo alimentar já está praticamente digerido e atinge o jejuno, que é a segunda parte do intestino delgado. É aí que o organismo decide o que vai ser aproveitado, como nutrientes, vitaminas e sais minerais, e vai ser eliminado posteriormente. A viagem continua até o íleo, a última porção do intestino delgado, chegando ao intestino grosso. Nesse momento do processo digestivo, o organismo já teve tempo de digerir e absorver todos os alimentos. Aí ficam faltando somente os nutrientes dos alimentos. Aí fica faltando somente retirar a água e os eletrólitos, elementos importantes para o corpo, para iniciar a produção das fezes.
Um Relógio Biológico
Quando nos alimentamos de maneira correta, estamos contribuindo, e muito, para o bom funcionamento de todo esse processo. Nosso aparelho digestivo é essencial para a nossa vida, tendo também uma importante função imunológica. Afinal, sua ação dificulta a proliferação e a invasão de vários microrganismos (fungos, vírus, vermes e protozoários) e produz inúmeros hormônios que coordenam o funcionamento do próprio intestino e de outros órgãos do corpo.
É importante lembrar que o bem-estar de nosso estômago depende muito do modo como o tratamos.
Se cuidarmos bem dele, através de alimentos saudáveis e balanceados, certamente ele funcionará como um relógio, digerindo pontualmente as nossas refeições.

Fonte: www.astrazeneca.com.br