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Intolerância a Lactose


O que é?
A lactose é o principal açúcar contido no leite, tanto humano como de origem animal, sendo digerida através da ação de uma enzima localizada no epitélio da borda do intestino delgado, a lactase.
A intolerância à lactose consiste na incapacidade do organismo de digerir adequadamente a lactose, por ausência de lactase ou porque esta enzima está presente em níveis abaixo do normal.
Tal doença é muito comum, estando presente em todo o mundo. Afeta pessoas de todos os grupos étnicos, sendo mais prevalente em indivíduos de origem africana e ocorrendo em grande parte daqueles de origem asiática.

Como acontece?
A intolerância à lactose é classificada em: primária, secundária, congênita e adquirida, de acordo com a sua causa.
Durante o período de aleitamento, o ser humano normalmente apresenta níveis elevados da enzima lactase em seu intestino delgado, a fim de suprir as necessidades de digestão do leite ingerido. Ao final de tal período, que ocorre por volta dos 02 anos de idade, os níveis de lactase começam a reduzir-se rapidamente, até que, aos 05 anos, os mesmos já se encontram bastante baixos. Este processo é normal e integra o desenvolvimento do organismo, o qual passa a utilizar outros meios além daquela enzima para digerir a lactose ingerida.
Na intolerância à lactose primária, entretanto, os níveis de lactase reduzem-se antes que termine o período de aleitamento, fazendo com que essa enzima exista em níveis muito abaixo do normal nos indivíduos afetados, os quais podem suportar apenas uma ingestão bastante reduzida de leite e derivados. Essa redução importante e precoce nos níveis de lactase decorre de alterações genéticas. Nestes casos, a apresentação e intensidade dos sintomas irão variar de acordo com a quantidade de leite ingerida.
intolerância à lactose pode também ser induzida, sendo, nestes casos, dita secundária. Isso é verificado nos casos de distúrbios que afetem o epitélio da borda do intestino delgado, onde se encontra a lactase, tais como infecções, parasitoses ou inflamações de outras causas (ex.: doença inflamatória intestinal, como doença de Cronh). A lesão ao epitélio da borda do intestino acaba por afetar também a lactase, que é perdida juntamente com as demais estruturas e substâncias da superfície intestinal, gerando a intolerância. Esta, contudo, geralmente é temporária, desaparecendo após o tratamento da doença que a causou, embora a função normal da enzima possa ocorrer apenas semanas a meses após a cura da doença principal.
Intolerância congênita é uma desordem rara e de origem genética na qual as crianças afetadas, desde o nascimento, detêm níveis extremamente baixos de lactase ou sequer a possuem (alactasia). Em tais situações, os sintomas surgem logo após a introdução do leite na dieta, de modo que os pacientes apresentam episódios de diarréia desde o nascimento. Pode ser fatal caso o leite não seja substituído por fórmulas que não contenham lactose. A digestão de outros açúcares é normal.
intolerância à lactose adquirida é verificada em bebês prematuros, decorrendo do desenvolvimento ainda incompleto da mucosa e funções do intestino delgado. Tal distúrbio, porém, tende a melhorar rapidamente à medida que a criança se desenvolve e seu organismo amadurece e passa a funcionar normalmente.
Há situações que produzem os mesmos sintomas da intolerância à lactose. É o que pode acontecer nos casos de crescimento excessivo de bactérias no intestino delgado ou de estase (manutenção prolongada, além do tempo normal) do alimento neste segmento. Em ambos os casos existe uma fermentação exagerada do leite dentro do intestino, o que leva ao aparecimento de quadro clínico semelhante ao da intolerância.

O que se sente?
Os sintomas da intolerância à lactose são: diarréia, dor abdominal, flatulência, borborinhos no abdome, que às vezes podem ser ouvidos até mesmo pelo examinador, distensão abdominal e cólica cerca de 30 minutos a 02 horas após a ingestão de leite, de seus derivados ou de produtos que os contenham. Há ainda relatos sobre a ocorrência de náuseas e vômitos, especialmente em adolescentes.
Além disso, a má-absorção da lactose faz com as que as fezes fiquem mais ácidas que o normal, o que pode gerar lesões na região ao redor do ânus.
A intensidade desses sintomas varia não só em razão da quantidade de lactose ingerida, mas também de outros fatores, como: conteúdo de gordura no alimento ingerido que contém o leite; velocidade de esvaziamento do estômago; sensibilidade do intestino à distensão; velocidade de trânsito intestinal do alimento; e resposta do intestino grosso à quantidade de açúcares presentes na alimentação. Assim, os sintomas podem variar entre indivíduos intolerantes à lactose, devido aos fatores individuais citados.

Evolução
A intolerância à lactose é uma doença de fácil controle, desde que haja alterações nos hábitos alimentares dos pacientes, com restrição ou redução da ingestão de leite e derivados da dieta. Contudo, caso não seja realizada uma dieta adequada, os sintomas podem ser debilitantes e afetar a qualidade de vida do doente. Ademais, em certos casos de intolerância à lactose secundária e em se tratando de crianças, a diarréia pode ser tão intensa ao ponto de causar desidratação grave.
Por outro lado, o leite e seus derivados constituem importantes fontes de cálcio para o organismo, de modo que a ausência ou baixa ingestão desses alimentos pelo paciente pode levá-lo a receber uma quantidade insuficiente de cálcio, causando distúrbios no desenvolvimento ósseo de crianças, bem como osteoporose.

Diagnóstico
O diagnóstico da intolerância à lactose é feito principalmente com base na história clínica e exame físico do paciente. Esse distúrbio deve ser suspeitado em casos de indivíduos que apresentam sintomas abdominais após a ingestão de leite e produtos que o contenham. Relatos de melhora do quadro após a eliminação de tal alimento da dieta e de piora com a sua reintrodução confirmam o diagnóstico.
Podem ser realizados testes a fim de apurar a capacidade do organismo de digerir a lactose. São eles: teste de tolerância à lactose e teste de hidrogênio respiratório, sendo este o mais eficiente.
Biópsia de intestino também pode ser realizada, mas nem sempre é conclusiva, pois pode ser retirado fragmento que não corresponda à área lesada e que vem gerando o distúrbio.

Tratamento
A intolerância à lactose é uma doença incurável, porque até o momento não existem meios de aumentar a produção de lactase pelo organismo. Porém, é um distúrbio geralmente de fácil tratamento. Este irá variar de acordo com o tipo de intolerância existente.
  1. Intolerância primária – nesta situação, como ainda existe lactase, porém em níveis abaixo do normal, o desenvolvimento e intensidade dos sintomas dependerão da quantidade de lactose ingerida. Assim, o ideal é que o próprio paciente perceba qual a quantidade de leite ou derivados que pode ingerir sem que surjam sintomas, ajustando a sua dieta. Essa quantidade de leite pode ser fracionada ao longo do dia, ingerindo-se porções menores. Além disso, certos derivados são mais tolerados que o leite propriamente dito, e a ingestão do leite juntamente com outros alimentos (cereais, por exemplo), pode facilitar a sua digestão, evitando o aparecimento dos sintomas; 
  1. Intolerância secundária – o tratamento deve dirigir-se à doença causadora da lesão ao epitélio intestinal e que, por isso, levou à perda de lactase. Tratando-se tal doença, a digestão da lactose tende a normalizar-se dentro de certo tempo. Em relação ao aleitamento de crianças, vários estudos demonstraram que aquelas que estejam apresentando quadro de diarréia aguda por outras causas, como infecções, por exemplo, podem continuar a ser amamentadas ou receber leite sem riscos significativos, devendo manter-se o aleitamento materno; 
  1. Intolerância congênita – neste caso a lactose deve ser completamente excluída da dieta da criança, utilizando-se em substituição preparações que não contenham lactose, indicadas por médico e com acompanhamento por nutricionista muitas vezes. 
Em todos os casos podem ser utilizadas preparações que contêm a enzima lactase, embora tais produtos sejam ainda de alto custo. Pode haver também a substituição do leite de vaca por leite de soja e produtos que o contenham, hoje amplamente difundidos no mercado.
Em relação à possibilidade de haver uma ingestão inadequada de cálcio, deve-se buscar a ingestão de outros alimentos ricos em tal mineral. Por vezes é necessária a suplementação de cálcio e vitamina D. O médico deve ser consultado para diagnosticar e orientar em relação ao tratamento da doença, determinando eventualmente essa suplementação, a fim de prevenir o surgimento de uma outra doença ao se tentar tratar a intolerância. Por vezes será necessário também o auxílio de um nutricionista.

Prevenção
Por ser a intolerância à lactose um distúrbio de origem principalmente genética, não há como prevenir o seu aparecimento, mas suas manifestações podem ser prevenidas através de restrições na dieta do paciente. Além de evitar leite e seus derivados (queijos, iogurtes, manteiga, etc), o doente deve sempre ler os rótulos dos produtos que consome, mantendo-se atento também a fontes ditas “escondidas” de leite e derivados, as quais muitas vezes contêm produtos a base de leite, dentre elas:
  • Certos pães e produtos de padaria
  • Cereais processados
  • Bebidas instantâneas, como achocolatados, sopas, cremes e certos molhos
  • Margarina
  • Molhos para saladas
  • Doces, bolos e sorvetes
  • Misturas para bolos, biscoitos, sequilos, etc.

    Autor: Andréa Tosta de Oliveira Santana

    Atenção! As informações desse site visam apenas ajudar na compreensão dos temas, não deve ser usado como guia para diagnóstico e tratamento nem substituir uma visita ao médico.

Gases Intestinais - Flatos

Dicas de bem-estar para quem já está cheio desse assunto!
Gases intestinais: um problema que vem do berço!
" Meu bebê chora demais, será cólica?"
  •  O choro é o comportamento pré- verbalização que mais chama a atenção dos pais.
  • As mães têm, geralmente, uma acurada capacidade de percepção do choro, permitindo reconhecer seu padrão em diferentes circunstâncias como: fome,dor, frio,calor e principalemente cólicas.
  • As cólicas do lactente são frequentes nos três primeiros meses de vida, caracterizadas por ataques de irritabilidade, agitação e/ou choro, geralmente aparecem ao anoitecer e sem causa identificável.
  • A cólica é uma condição transitória, entretanto, além de estresse pode alterar de modo significativo a dinâmica familiar, como horários  para dormir e acordar e também filhos que separam os pais da cama de casal.
  •  Com o passar do tempo, observou-se que o leite da vaca fermenta mais que o leite materno. O ideal é prolongar ao máximo o aleitamento materno.
  • A imaturidade imunológica do sistema digestivo aos agentes alergênicos. O principal é leite de vaca, seguido por alimentos e medicamentos com corantes e outras substâncias químicas.
Por Dr. Tadeu Fernando Fernandes- Mestre em Pediatria membro titular da Sociedade Brasileira de Pediatria- Presidente Fundador da Sociedade de Pediatria de São Paulo- Regional Campinas- Diretor Médico da Multiclínicas Campos Elíseos. " Internacional Member of the American Academy of Pediatrics".

Não existe mágica para acabar com as cólicas e gases do bebê. Vamos dar algumas dicas e truques para você.
  • Calma, muita calma. A ansiedade materna é apontada como um dos principais fatores de perpetuação das cólicas.
  • Um ambiente tranquilo e uma música suave irão tranquilizar mãe e filho.
  • Um banho morno descontrai.
  • Compressas mornas na barriga com toalha felpude passada a ferro, na posição deitada de bruços, têm efeito analgésico (teste antes o calor em sua face).
  • Massagens na barriguinha do bebê sempre no sentido horário, mobilizam os gases. Use um creme ou óleo hidratante infantil para deslizar melhor a mão.
  • Ginastica, como "pedalar no ar", ou "imitar um sapinho pulando" ajudam a eliminar os gases.
  • Cuidados com a Alimentação! Quando amamentados ao seio materno, a "pega" da areola mamária deve ser completa. Aqueles que fazem uso de mamadeira devem utilizar um bico adequado ao seu tipo de sucção e a posição horizontal é proibida, porque a deglutição de ar junto com o leite irá agravar a flatulência.
  • Após as mamadas os bebês devem ser colocados na posição vertical junto ao ombro materno, dando-se leves palmadas nas costas para promover a eliminação dos gases do estômago, ato conhecido como arroto.
  • Evite a automedicação, conte sempre com seu pediatra, somente ele poderá recomendar um medicamento antigases com baixo risco de efeitos adversos e isento de corantes alergênicos.
 Os adultos também não estão livre dos gases, mas bem que gostariam.
Gases intestinais distendem o abdômen e provocam dor. Também causam flatulência, o que pode ser muito constrangedor no convívio social. E, ainda por cima, interferem na sulhuetam porque o seu acúmulo faz o abdômen parecer bem maior do que realmente é.
Mas ninguém vive livre de gases. O que você precisa fazer é entender melhor o problema, e procurar diminuí-lo o quanto for possível.
O que provoca os gases? De onde vêm? Para onde vão?
Os gases intestinais vêm basicamente de duas formas. Uma parte é "engolida" do ambiente pela boca, principalmente ao mascar chicletes, tomar bebidas com gás ou muito quentes, ou no caso de pessoas que falam muito. A outra parte é produzida pelo próprio organismo, como parte natural do processo de digestão. Esses gases aparecem na fermentação de carboidratos que não foram digeridos no estômago e chegam ao intestino, pela ação das bactérias que residem alí. Diariamente uma pessoa normal produz em torno de 3 litros de gases, que são expelidos ao longo do dia mais ou menos 20 vezes.
É comum ter gases na gestação? E após partos e cirurgias?
Durante a gravidez, devido a um hormônio chamado progesterona, o intestino diminui a sua motilidade e isso pode fazer com que os gases se acumulem, causando desconforto. O manual de orientação de Drogas na Gravidez da FEBRASGO*, afirma que o mais popular dos antigases, a dimeticona, é compatível coma  gravidez e amamentação. Após o parto e outras cirurgias, pode ocorrer também um acúmulo de gases muito indesejável, pois geralmente vem acompanhado da dor própria do pós-operatório.
Para os gases não virarem rotina você precisa mudar de hábitos. Veja quais.
  • Controle as leguminosas. Feijão, soja, ervilha e lentilha costumam fermentar no intestino. Mas nãs as elimine totalmente, porque são alimentos muito nutritivos.
  • Faça as refeições com tranquilidade. Não fale muito para não engolir ar.
  • Preste atenção no que causa gases em você. Alguns alimentos, se consumidos em excesso, podem causar gases, tais como: batata doce, aipo, rabanete, cebola, beringela, germe de trigo, repolho, brócolis, couve-flor, leite, pães e massas.
  • Conte sempre com seu médico.
Por Dr. Fernando A. Togni- Ginecologista, obstetra e ultra-sonografista.
Universidade Federal de São Paulo-Escola Paulista de Medicina (UNIFESP- EPM)
Referências:
* Drogas na gravidez, manual de orientação/ editores Luiz Kulay Júnior, Antônio José Lapa- São Paulo: Ponto, 2003.p.65-66.