Hérnia de Hiato - Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE)


Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) ocorre quando o ácido do estômago reflui para o esôfago. O esôfago é o tubo que leva alimentos e líquidos da boca para o estômago. Os ácidos produzidos no estômago ajudam a quebrar e digerir os alimentos. Normalmente, existe um “anel’ de músculos denominado esfincter (Figuras 1 e 2) entre o esôfago e o estômago que evita o contato do ácido com o esôfago. Se este mecanismo estiver alterado, a DRGE pode ocorrer.
Aspectos da Anatomia
Figura 1 - Aspectos da Anatomia
hiato    hiato
Figura 2: Observe que entre o estômago e o esôfago existe uma “válvula” que chamamos de esfincter. Normalmente ele é competente, ou seja, evita que o ácido do estômago reflua para o esôfago.
refluxo
Figura 3: Caso esta válvula não esteja funcionando adequadamente você pode ter refluxo do ácido do estômago para o esôfago.
hiato
Figura 4: O constante contato do ácido com a parede do esôfago leva a chamada esofagite (inflamação do esôfago), que em uma fase inicial ficará com aspecto avermelhado, ferido.
esôfago
Figura 5: Em casos avançados, o permanente contato do ácido com o esôfago causando uma esofagite crônica, poderá levar à formação de lesões pré-cancerosas ou até ao câncer.
hiato
Figura 6: Outra situação é a formação de um estreitamento (estenose) no final do esôfago, que poderá levar a uma dificuldade na deglutição.
figura 7



Figura 7: Observe a visão final da anatomia do esôfago e estômago com o refluxo de ácido para o esôfago no detalhe da figura menor.
Sintomas da  DRGE 
Você pode apresentar algum dos sintomas abaixo, assim como pode ter DRGE e não apresentar qualquer sintoma!
 - azia/queimação/pirose;
- sensação de gosto azedo na boca;
- freqüente presença de arrotos ou soluço;
- tosse seca;
- desconforto no tórax após a alimentação.
Causas da DRGE
   DRGE ocorre quando os músculos que bloqueiam a abertura entre o esôfago e o estômago estão frouxos. Estes músculos podem se afrouxar devido a:
 - cigarro;
- aumento de peso;
- certos tipos de medicamentos ou alimentos;
- problemas médicos como Hérnia de Hiato.
- e uma diversidade de outras causas.
hiatoFigura 8: Na hérnia de hiato, parte do estômago “entra”para o tórax, ou seja, passa a ficar acima da região muscular onde fica o esfincter. Com isto, em muitos casos, o paciente perde a função do esfincter, levando ao refluxo.
Como fazer o diagnóstico? 
Após o médico ter avaliado sua história e examiná-lo, você irá realizar alguns exames. Inicialmente, será realizada umaendoscopia. Este exame possibilita que o médico visualize o seu esôfago (Figura 9).
Endoscopia
Endoscopia é um exame do seu tubo digestivo. Durante este exame, um endoscópio (fino tubo que contém uma microcâmera e luz na sua extremidade) é utilizado. Este aparelho é introduzido através da boca no esôfago. Ele vai descendo enquanto o médico pode visualizar as partes internas do esôfago, estômago e as primeiras porções do seu intestino. Durante o procedimento podem ser retirados fragmentos para exames.
endoscopia
Figura 9: Aspecto de um exame de Endoscopia.
Exames Radiológicos
Muitas das vezes exames radiológicos podem ser necessários.
exame radiológico
Figura 10: Aspecto do exame radiológico.
Phmetria e Manometria:
O que é o exame de esofagomanometria?
É um teste diagnóstico que mede as pressões na luz do esôfago e permite avaliar as contrações musculares do órgão, a coordenação entre elas e os relaxamentos dos esfíncteres inferior e superior.
Quem precisa se submeter à esofagomanometria? 
1) paciente com dificuldades para engolir, no qual já tinha sido afastada lesão orgânica obstruída através de outros exames como raio X e/ou endoscopia;
2)  portadores de doença do refluxo: o exame ajuda no  diagnóstico de casos complexos, determina o correto posicionamento do cateter   de pHmetria e é obrigatório antes da cirurgia anti-refluxo;
3)  pacientes com dor torácica de origem indeterminada, já tendo sido excluída a possibilidade de lesão cardíaca;
4)  indivíduos com suspeita de doença generalizada do tubo gastro- intestinal como esclerodermia e pseudo-obstrução intestinal crônica idiopática.
Como é realizado o exame?
Após anestesia local de uma das narinas com xilocaína gel é passado o catéter de manometria (Figura 9). Este consiste em um tubo flexível de aproximadamente 4,5 mm de diâmetro que pode ser de perfusão (perfundido continuamente com água destilada) ou em estado sólido. No nosso serviço usamos este último.
O catéter é posicionado no estômago e aos poucos vai sendo retirado de 1 em 1cm, enquanto o paciente deglute pequenas quantidades de água. É necessária a colaboração do doente para que controle as suas deglutições, engolindo apenas quando o médico solicitar. Por este motivo não é feita sedação, ou seja, o paciente não pode dormir durante o exame.
O procedimento não é doloroso; causa apenas um desconforto durante a passagem da sonda que logo cede, havendo uma adaptação do paciente ao mesmo.
A medida que o catéter vai sendo tracionado, os transdutores passam pelo esfíncter inferior, pelo corpo esofagiano e pelo esfíncter superior do esôfago, permitindo o estudo detalhado destas estruturas.
O exame dura cerca de 30 a 40 minutos. Ao término do mesmo, o paciente pode se alimentar, dirigir, trabalhar, enfim, levar sua vida normal.
Qual é o preparo para a esofagomanometria? 
O paciente deve estar em jejum de 4 horas, podendo ingerir apenas líquidos na última refeição.
Os medicamentos que interferem com o funcionamento do esôfago devem ser suspensos 48 horas antes do exame. As drogas mais comumentes utilizadas e que devem ser interrompidas são:
1 - Nitratos: Isordil, Sustrate, Monocordil;
2 - Bloqueadores de cálcio: Adalat, Cardizen, Diltizen, Oxcord;
3 - Anticolinérgicos: Buscopan, Hioscina, Atroveran;
4 - Drogas procinéticas: Plasil, Digesan, Motilium, Prepulsid, Cispride;
5 - Sedativos: Valium, Diazepan, Lexotan, Olcadil, Frontal.
Os exames anteriores como Endoscopias, Radiografias e Cintilografias devem ser trazidos no dia do exame pois ajudarão ao médico a esclarecer o problema.
O que é o exame de pHmetria prolongada? 
É um procedimento diagnóstico que registra as variações do pH intra-esofágico em 24 horas.
Sua grande utilidade está na avaliação da Doença do Refluxo Gastro-Esofagiano (DRGE), que  se caracteriza por sintomas e/ou inflamação no esôfago secundários ao refluxo do conteúdo ácido do estômago para o esôfago.
Os sintomas típicos desta doença são a azia e a regurgitação. Em alguns casos podem existir manifestações atípicas como dor torácica, tosse crônica, rouquidão, soluços, asma, pneumonias entre outras.
A pHmetria prolongada permite quantificar a exposição esofagiana ao ácido, definindo se o refluxo é fisiológico ou anormal. Além disso, é possível estabelecer se existe uma relação de causa e efeito entre os sintomas experimentados pelo paciente e os episódios de refluxo.
phmetria
Figura 11: Aspecto do exame de Manometria e Phmetria. Observe o catéter na mão do médico.
Quem deve se submeter ao exame de pHmetria prolongada? 
Nem todo paciente com DRGE precisa realizar pHmetria. Existem
casos em que os sintomas típicos aliados a uma endoscopia anormal já elucidam o problema.
Segundo o Consenso Brasileiro de DRGE, as indicações de pHmetria são:
1) pacientes com sintomas típicos de DRGE que não responderam  satisfatoriamente ao tratamento clínico e têm endoscopia normal;
2) portadores de sintomas atípicos de DRGE (dor torácica, queixas   otorrinolaringológicas ou respiratórias) com endoscopia normal;
3) quando o paciente está em pré-operatório de cirurgia anti-refluxo e não tem esofagite erosiva à endoscopia.
Cada caso deve ser estudado individualmente e ninguém melhor do que o médico de cada paciente para julgar a necessidade da realização deste teste.
Como é realizado este exame? 
Em primeiro lugar faz-se a anestesia local de uma das narinas com xilocaína gel. Não é feita sedação.
Em seguida é inserido por esta narina um catéter de aproximadamente 2 mm de diâmetro, cuja extremidade fica posicionada no esôfago. O sensor de pH distal deve ficar 5cm acima do esfíncter esofagiano inferior. Este pode ser identificado por um aparelho especial localizador do esfíncter ou através do exame de esofagomanometria prévia.
Um eletrodo de referência é afixado à pele.
O paciente vai para casa com o catéter, o eletrodo e um pequeno aparelho preso à sua cintura, que registrará o pH intra-esofágico por 24 horas. É solicitado ao mesmo que registre em uma planilha ou acione um botão marcador de eventos do próprio aparelho os horários em que deita, come ou  sente algum sintoma. O ideal é que a pessoa fazendo o exame faça as sua atividades habituais, respeitando os seus horários de alimentação e não fique deitado o dia todo. Só assim o médico poderá saber o que está acontecendo na sua vida normal.
No dia seguinte, 24 horas após a colocação do catéter, o doente deve retornar para a retirada do mesmo, o que é um procedimento simples e rápido.
Qual é o preparo para a pHmetria de 24h?
Jejum de 4 horas, podendo ingerir apenas líquidos na última refeição:
Os seguintes medicamentos devem ser suspensos:
  • no mínimo 7 dias antes– Omeprazol, Pantoprazol,    Lansoprazol, Rabeprazol, Esomeprazol (Losec, Gastrium, Pantozol, Ogastro, Pariet, Nexium, etc);
  • 48 horas antes do estudo– Cimetidina, Ranitidina, Famotidina (Tagamet, Zylium, Label, Logat, Famox) Metoclopramida, Bromoprida, Domperidona, Cisaprida (Plasil, Digesan, Motilium, Prepulsid, Cispride, Enteropride);
  • 6 horas antes– Anti-ácidos como Hidróxido de Alumíneo, Mylanta Plus, Andursil, Pepsamar, etc.
    O paciente deve tomar banho antes de se dirigir ao local do exame, pois não será possível fazê-lo durante as 24 horas de realização do mesmo.
    É recomendado o uso de camisa de botões na frente, a fim de facilitar a instalação do eletrodo na pele.
    Uma vez começado o exame, orienta-se uma dieta normal, evitando-se apenas alimentos ácidos como frutas cítricas e seus derivados, iogurte, refrigerantes, molhos a base de vinagre e tomates.
    No dia do exame, o ideal é levar a vida o mais normal possível, comendo nas horas certas e não ficando deitado durante todo o dia. É fundamental o registro dos períodos em que o paciente se deita, quando sente algum sintoma. Só assim o médico poderá saber se existe refluxo anormal e se este é o causador do  problema do paciente.
      
Tratamento:
DRGE
Existem basicamente dois tipos de tratamento:
  • Clínico e Cirúrgico
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  • Tratamento Clínico:
    Em alguns casos pode ser que esteja indicado tratamento com medicamentos, além de outras medidas. Consulte-nos. Nesta parte do site, focaremos mais o tratamento cirúrgico.
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Tratamento Cirúrgico:
Hoje, a opção cirúrgica de tratamento mais utilizado nos grandes centros é a opção de tratamento por vídeolaparoscopia.
O objetivo básico da cirurgia é o de “refazer” a anatomia da região (Figura 1), ou seja, se o problema é um alargamento da região que divide o tórax do abdômen como na hérnia de hiato, realizaremos o estreitamento deste alargamento.
Concomitatemente, será realizada a confecção de um novo mecanismo “valvular” para evitar o refluxo do conteúdo ácido do estômago para o esôfago.
região do esfincter esofágico inferior
Figura 12: Aspecto da região do esfincter esofágico inferior, após o”fechamento” (estreitamento) da região “alargada”. Observe que a parte “passagem muscular” que divide o tórax do abdômen foi estreitada, para evitar que o estômago “suba” para o tórax.
fundo do estômago
Figura 13: Repare que tracionamos o fundo do estômago, ao redor dele próprio, englobando, também, o final do esôfago e, com isto, faremos como se fosse uma “gravata”, apertando esta região, objetivando simular uma vávula que evite o refluxo.
válvula total
Figuras 14 e 15: Esta “gravata” pode ser total ou parcial de acordo com a necessidade do paciente.
É IMPORTANTE FRISAR QUE A CIRURGIA ANTIREFLUXO, NÃO É ISENTA DE RECIDIVA, OU SEJA, MESMO PERFEITAMENTE OPERADO O PACIENTE PODE APRESENTAR NOVAMENTE REFLUXO E ATÉ UMA NOVA CIRURGIA PODERÁ SER REALIZADA. SEGUIR AS ORIENTAÇÕES MÉDICO-NUTRICIONAIS DO PÓS-OPERATÓRIO MINIMIZAM MUITO O REAPARECIMENTO DO REFLUXO.
Você sempre deve perguntar ao seu médico quais são os cuidados necessários a serem tomados antes de realizar sua endoscopia.
Retratação da Internet

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Fonte:http://www.cidpitombo.com.br

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